Livro publicado por pesquisadores do CEAPPG tem repercussão na imprensa paraibana

Um grupo de pesquisadores da Universidade Estadual da Paraíba (UEPB) publicou o livro fotográfico intitulado “Pedra da Boca: o parque das gigantes”. A obra, publicada pela EDUEPB, é fruto de um programa de extensão “Educação Ambiental na Pedra da Boca”, desenvolvido no Câmpus da Instituição em Araruna, financiado pelo Ministério da Educação (MEC) e realizado durante dois anos no Parque Estadual Pedra da Boca. Trata-se de um convite à sociedade para um olhar sobre a importante unidade de conservação paraibana.

A proposta do livro é apresentar as imagens captadas durante a realização dos projetos de educação ambiental, que alcançou mais de 10 mil pessoas, entre fieis da Romaria de Fátima, estudantes da rede pública da região e membros da comunidade local. O livro aborda, em uma linguagem acessível, respeitando ao máximo os dados científicos, a relação da comunidade local com a natureza, a riqueza histórica, social, geológica e biológica do lugar.

Conforme os autores, a expressão “Parque das Gigantes” se remete às “pedras gigantes” que alcançam 180 metros, como é o caso da Pedra da Boca. A imponência das rochas da unidade de conservação tem despertado diversas lendas em seus povos originários, que retratam castelos encantados, pedras gigantes que protegem plantas e animais, além de botijas e espingardas de ouro escondidas entre as pedras gigantes.

Sobre o projeto extensionista

O começo dessa história foi a instalação do Câmpus VIII da UEPB, em 2010, na cidade de Araruna. Afinal, quando um grupo de pesquisadores chega a um lugar, especialmente nos ambientes com grande potencial de pesquisa, se mobiliza toda uma expertise para estudar as questões locais. É o caso da professora Alessandra Brandão, que trabalha com temas ligados ao ensino de ciências, educação para o meio ambiente e comunicação pública da ciência.

Em 2015, a pesquisadora propôs ao Ministério da Educação (MEC), por meio da Pró-Reitoria de Extensão (PROEX) da UEPB, um programa de extensão que visava minimizar impactos negativos no Parque Pedra da Boca, através de estratégias de comunicação e educação ambiental, dialogando, inclusive, com recomendações federais, para uso de tais estratégias nas unidades de conservação. Para a professora, o edital era uma oportunidade muito importante de contribuir com o Parque Pedra da Boca e, ao mesmo tempo, com a formação de dezenas de estudantes que participaram do projeto. Outro ponto importante previsto diz respeito à possibilidade de distribuição de renda no entorno, uma vez que os monitores, responsáveis por acompanhar os estudantes nas trilhas, deveriam ser preferencialmente do local.

Pedra da Boca

O Parque Estadual Pedra da Boca foi instituído como área de preservação no ano 2000, com o intuito de proteger um conjunto rochoso com geoformas únicas, que têm sido associadas, ao longo do tempo, a feições diversas, recebendo nomes como Pedra da Boca, Pedra da Caveira, Pedra do Coelho, Pedra do Letreiro (pelas pinturas rupestres), entre outras. Não à toa, diversas lendas de castelos, princesas, gigantes, espingardas e botijas de ouro tentam explicar, nas vozes dos nativos, tão magnífica beleza natural.

Segundo professora Alessandra, o Parque está localizado em um importante ecossistema e havia alguns pontos sobre o parque que mereciam atenção especial, tais como o desconhecimento das pessoas da região sobre a importância do parque, sendo mais conhecido por visitantes, inclusive, com erros de localização geográfica, sendo por vezes creditado a outro estado; aumento da visitação sem estratégias de discussão sobre o mesmo, com consequências negativas; turismo religioso forte, bonito, no Santuário de Fátima, mas que impacta a área preservada; sítios arqueológicos, com pinturas de grande importância que, além de estarem praticamente sem estudos, estão sujeitos a uma grande deterioração; e ausência de uma publicação capaz de divulgar as riquezas do parque para um público mais amplo.

Segundo a coordenadora, que divide autoria do livro com Rafael Xavier (Geografia), Marcionila Fernandes (Sociologia) e Caio Silva (biólogo e fotógrafo), ao desenvolver um plano de trabalho que considerou tudo isso, o programa de extensão conseguiu bons resultados. O projeto tem entrevistas com o público das romarias, que pode apoiar intervenções específicas. Foram levados mais de 600 estudantes da região para as rodas de conversa e “aventuras no parque”, com trilhas e escaladas nas rochas, em uma metodologia chamada de reflexão-ação-reflexão. Também foi realizado um ensaio fotográfico sobre o parque, inclusive sobre as pinturas rupestres, apresentando uma análise sobre algumas delas.

Além disso, o projeto aproximou membros da comunidade local para falar sobre sua visão sobre o lugar. O resultado final foi o livro fotográfico que aborda e apresenta boa parte desses aspectos para sociedade, em uma linguagem acessível, uma vez que a riqueza do parque, quando descrita, se restringe ao ambiente acadêmico. Portanto, de acordo com professora Alessandra Brandão, a obra é um tipo de publicação ampla, que se ocupa de vários vários aspectos, se comparada a outras obras mais especializadas sobre a Boca da Pedra, que possuem característica predominantemente acadêmica.

Os exemplares na versão impressa do livro serão doados a escolas públicas de Araruna e outras regiões do Estado. O e-book está sendo organizado e, em breve, será disponibilizado ao público na plataforma da EDUEPB.

Notícia retirada do site da UEPB em 2 de julho de 2020

Texto e fotos: Equipe do projeto de extensão “Educação Ambiental na Pedra da Boca”

Pesquisadora do CEAPPG, profa. Raquel Melo, em entrevista ao Jornal A União, fala sobre os impactos da pandemia nas Relações Internacionais

Para além das consequências na saúde global, o “evento coronavírus” aponta para a necessidade de transformações na organização política e econômica mundial. Pesquisadores do curso de Relações Internacionais da Universidade Estadual da Paraíba (UEPB), analisam os efeitos do coronavírus sob uma perspectiva geopolítica sistêmica e chamam a atenção para alguns fatores; três deles serão tratados nessa reportagem: a emergência da China como liderança política; a influência política prejudicando orientações técnicas com base científica; e a urgência de um novo modelo econômico de produção e consumo.

Não há notícias ou informações sobre o foco inicial. A China foi o país capaz de detectar, diferenciar a doença de outras gripes procurar meios de tratamento e combate e informar para o resto do mundo. Enquanto isso, o resto do mundo acompanha, perplexo, a construção de um hospital com mil leitos em 10 dias; e começa a identificar casos, sem sucesso no combate. A pandemia se instalou.

“O que está acontecendo reforça a necessidade de uma revisão das instituições internacionais. E essa crise de saúde internacional reforça a necessidade de se ter essas instituições fortalecidas”. Henrique Altemani, que foi coordenador adjunto do Mestrado em Relações Internacionais da UEPB e atualmente é pesquisador na Universidade de Brasília (UnB), se refere à atuação da Organização Mundial da Saúde, como instituição internacional técnica e a forma como os países aplicam essas recomendações. “Há a necessidade de uma cooperação global muitas vezes prejudicada por decisões políticas.”

A coordenadora do Curso de Graduação em Relações Internacionais da UEPB, Raquel Melo, salienta que a cooperação internacional é uma necessidade básica para os países se relacionarem. “Num surto pandêmico, especialistas precisam dar uma orientação global sobre o que fazer. A Organização Mundial da Saúde uniformiza as informações a partir de um conhecimento técnico científico. O problema é que nenhuma decisão técnica é considerada sem a política exercida nos países. Os Estados não abrem mão de suas vontades soberanas de fazer da forma como eles entendem. No Brasil vimos o líder do país reagindo de forma descompromissada diante de uma doença seriamente contagiosa. Mesmo estando em suspeita de contaminação, ele saiu a apertar as mãos de pessoas. Uma atitude baseada meramente em aspectos ideológicos, sem considerar os técnicos”.

China emerge como liderança no mapa político

Embora apontada como origem da pandemia ainda que não se saiba comprovadamente, a China emerge como nação fortalecida na geografia política internacional. Sai da China para outros países doações de caixas com máscaras cirúrgicas e outros itens; equipes médicas para a Itália, Irã, Iraque, capazes de orientar o atendimento; artigos científicos com resultados de pesquisas acerca do novo vírus.

“Há uma mobilização efetiva da China de ações para resolver problemas regionais de outros países. Enquanto os Estados Unidos viram as costas para a Organização Mundial do Comércio, a China é defensora do multilateralismo comercial. Os  EUA se retiraram do Acordo de Paris, um espaço que a China está ocupando e encabeçando a luta pelo meio-ambiente de uma forma global”, afirma Altemani. “O pensamento em prol do coletivo na China não tem nada a ver com o comunismo, mas sim com a base filosófica onde está, também, o respeito às autoridades, especialmente quando se tem confiança na autoridade.”

Por outro lado, ressalta Altemani, os Estados Unidos reagiram segurando o mercado financeiro através de ações de redução de juros, o que não surtiu resultado; e depois de não tomarem as precauções devidas inicialmente, tomam decisões unilaterais.

A insustentável crise do capital

Também vem da China imagens de contrastantes de uma zona urbana carregada de poluição e a mesma cidade com o céu limpo depois que os causadores da poluição deixam de circular nas ruas – os humanos. E é neste momento crucial na história da humanidade que urge a constatação: “O planeta não suporta mais sustentar o modelo econômico vigente”.

Raquel Melo lembra que determinados fatos não respeitam as fronteiras internacionais. “Não entendemos nada da nossa realidade se não entendermos o sistema internacional, das relações políticas, das relações de poder, quem pode mais, quem influencia mais; das relações entre o poder econômico, o produtivo e o meio ambiente; e a cultura que dá suporte a isso. E qual é o papel do Estado (dos governos dos países) para isso?”, questiona Raquel Melo.

“As realidades da desigualdade são compreendidas a partir de uma estrutura internacional. O modelo capitalista agressivo praticado hoje cria desigualdades e temos uma estrutura cultural e social que justificam essas desigualdades.”

“É possível criar paliativos; ações amenizadoras, políticas para amortecer as consequências. Em um determinado momento da história a Europa viveu os Estados de “Bem-estar”, países que conviviam com essa estrutura econômica, capitalistas, democráticos, mas tinham sistemas fortes de amortecimento operando – um sistema de educação, de saúde, de segurança do trabalho, etc. As diferenças sociais eram reduzidas. Se o governo não cria filtros dentro desse sistema, acabam surgindo abismos profundos de desigualdade.”

“Vários teóricos atuais demonstram que o mundo não se sustenta mais com esse modelo. As questões climáticas estão relacionadas a essa estrutura econômica de exploração. Através dessa paralisia em função do coronavírus temos mais clareza quanto aos sinais que o mundo dá de que esse modelo não se sustenta,” ressalta Raquel Melo.

A professora Marcionila Fernandes, que implementou o curso de Relações Internacionais (RI) na UEPB, trouxe os programas Procase (Projeto de Desenvolvimento Sustentável do Cariri, Seridó e Curimataú ) e o Projeto Cooperar, realizados na Paraíba com financiamentos internacionais. São fundos executados pelo Banco Mundial destinados a amenizar a questão da pobreza. “A pobreza é uma questão moral para os países ricos”, destaca Marcionila. “A produção financiada por esses fundos exigem que sejam feitas ações dentro de padrões e metodologias que priorizam a questão de gênero, a questão ambiental, grupos sociais por etnia e atividades. E o desenvolvimento econômico é vinculado ao ambiental – uma política do desenvolvimento territorial sustentável, que corresponde aos 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentáveis. A pessoa que compete essa dinâmica é o profissional de RI”.

Notícia retirada do site do Governo do Estado da Paraíba em 20 de março de 2020

Texto: Márcia Dementshuk

Professor Carlos Enrique sobre a Paraíba enquanto destaque nacional em educação superior, ciência e tecnologia, em 2019

No ano de 2019 a Paraíba foi destaque nacional em educação superior, ciência e tecnologia. Primeiro, sobre o depósito de patentes. Duas matérias – em mídias de relevante impacto social e acadêmico – noticiaram sobre o tema. A primeira, na Revista da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo e, a segunda, mais recente, no jornal Valor Econômico. De igual forma nosso Estado também obteve realce em alguns indicadores de ensino superior, que compõem o Índice de Inovação dos Estados, criado pela Federação das Indústrias do Estado do Ceará. Neste artigo vamos observar estes êxitos e refletir sobre suas causas.

Antes de mais nada é fundamental compreender que são as instituições públicas de ensino superior as responsáveis pela maior parte da produção científica, incluídas aí a produção de patentes. A UFPB, UFCG, IFPB e UEPB constituem-se como a mais pujante infraestrutura de educação superior, ciência e tecnologia no Estado.

As quatro instituições públicas de ensino superior da Paraíba congregaram juntas 45% de todas as matrículas do Estado (dados de 2018). Em números absolutos, superou 70.000 alunos matriculados, e isso em todas as regiões do Estado. Os dados do Censo de Educação Superior de 2018 também demonstram a relevância das instituições públicas paraibanas no que se refere a formação de professores: a UFPB, UFCG, UEPB e IFPB respondem por mais de 81% das matrículas das licenciaturas. Neste cenário destaca-se a UEPB, que do total de seus alunos matriculados 48% estão nas licenciaturas, contrastando com os 29% dos alunos matriculados nas licenciaturas nos estabelecimentos federais.

Se por um lado as instituições públicas paraibanas de ensino superior revelam sua importância na formação de professores para a educação básica no Estado e regiões próximas, não é diferente sua contribuição e destaque no âmbito da pesquisa e desenvolvimento (P&D) e inovação. Em janeiro de 2019, a Revista FAPESP publicou a matéria “O desafio de transferir conhecimento” (Revista 275), dedicando-se as conquistas da Paraíba no depósito de patentes: conquistamos o 7O lugar no depósito de patentes em 2017.

Mais recente é artigo do Valor Econômico “O salto da Paraíba no registro de patentes” (Valor Econômico, 30/11/2019). A matéria revela que a Universidade Federal da Paraíba e a Universidade Federal de Campina Grande ocuparam, em 2018, nada mais nada menos, respectivamente, o 1O e 2O lugar do registros de patentes no país (dados do Instituto Nacional de Propriedade Intelectual, 2019). Na sequência estão a Universidade Federal de Minas Gerais, a Petrobrás, a UNICAMP e a USP.

Além destas distinções, a Paraíba também foi reconhecida por seus Programas de Pós Graduação (PPG), em 2019. O Estado teve proeminência nacional no quesito “qualidade”. A Federação das Indústrias do Ceará criou o Índice de Inovação dos Estados, contendo uma série de indicadores. No computo geral a Paraíba ficou em 12O lugar no ranking dos estados, mas é o segundo da lista dentre os estados do Nordeste, atrás apenas de Pernambuco.

Mas, desse índice, um dos indicadores particularmente nos interessa: sobre a “qualidade da pós graduação”. Neste quesito a Paraíba ocupa o lugar dentre todos os estados brasileiros. São duas as referências para se chegar ao índice: a) Os titulados per capita em cursos de pós graduação nas áreas de Ciência, Tecnologia, Engenharia e Matemática, e; b) as notas CAPES dos cursos de pós graduação (2016 e 2017). A Paraíba, em seu oitavo lugar, é o primeiro da lista dos estados do Norte e Nordeste do país.

Outro indicador que merece consideração é o de “publicações científicas”: a Paraíba ocupa o 11O lugar no ranking, atrás dos estados nordestinos do Pernambuco, Rio Grande do Norte e Sergipe. O indicador utiliza os artigos científicos per capita nas áreas de Ciências, Tecnologia, Engenharia e Matemática (dados da CAPES e IBGE de 2017).

Novamente, são as instituições públicas de ensino superior que demonstram a vocação para a pesquisa científica, com significativos impactos, portanto, para o desenvolvimento multidimensional do Estado da Paraíba. A partir dos dados extraídos da Plataforma Sucupira/CAPES (2019), do total de 114 PPGs apenas 2 estão em instituições privadas. A UFPB lidera com 64 programas, a UFCG com 30 e a UEPB com 16.

Mas, a que se deve esse êxito?

Das muitas variáveis, quatro elementos merecem nossa atenção mais detida. Primeiro, é atilado considerar a infraestrutura histórica da educação superior, ciência e tecnologia do Estado. Depois as políticas de fomento do governo federal (governos Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Vana Rousseff), as políticas universitárias e, por fim, o fomento por parte do Governo do Estado da Paraíba, via FAPESQ.

Do ponto de vista histórico são muitos os fatos que demandam nossa consideração e que auxiliam na compreensão da construção de um sistema de ensino superior, de certa envergadura, no Estado da Paraíba. Neste artigo mencionaremos dois deles (deixando outros para momentos posteriores). Em primeiro lugar, o desmembramento da Universidade Federal da Paraíba e a consequente criação da Universidade Federal de Campina Grande (UFCG), em 2002. Com a autonomia universitária, decorrente do dispositivo constitucional brasileiro, a UFCG encontrou e apostou em sua missão regional, em especial com os cursos de graduação e pós graduação nas áreas tecnológicas. Mas este fato merece maior contextualização.

A mudança paradigmática ocorreu na década de 60, tendo como um de seus mais importantes expoentes o cientista Lynaldo Cavalcanti de Albuquerque. Quando Diretor da Escola Politécnica (1964-1971) o professor visionário transformou a Escola por completo. Três políticas de gestão são dignas de nota. A expansão de cursos de graduação e especialização; a aquisição do computador IBM 1130, fazendo a Paraíba pioneira dos estados de Norte e Nordeste a possuírem o equipamento e, at last but not least; fomentou a mobilidade acadêmica nacional e internacional (tanto nas modalidades inbound e outbound). Ainda, quando presidente do CNPq estimulou a criação dos primeiros parques tecnológicos no país, dentre os quais o Parque Tecnológico da Paraíba, com sede em Campina Grande.

Outro evento que deve constar dos marcos históricos do ensino superior e da ciência e tecnologia na Paraíba é a Lei de Autonomia da Universidade Estadual da Paraíba (Lei 7.643/2004). Do ano de 2004, a autonomia da UEPB conferiu à Instituição condições financeiras para se consolidar do ponto de vista acadêmico e cumprir com seu papel fundamental no sistema de ensino estadual. Também, deve-se destacar, a capacidade de gestão e compromisso social da então Reitora Marlene Alves.

O caso da UEPB requer proeminência tendo em vista que trata-se de uma universidade financiada com recursos do Estado da Paraíba. Sua missão regional, portanto, sobrepesa. Na gestão da professora Marlene Alves (2004-2011), alguns fatos reclamam deferência. Primeiro, o estabelecimento do Plano de Cargos e Carreira para Docentes e Técnicos (respectivamente Lei 8.441/2007 e Lei 8.442/2007) e, ligado a eles, uma política de valorização salarial. Quando os salários da UEPB se tornaram acima da média das universidades federais (à semelhança das melhores políticas das universidades estaduais do país) a UEPB passou a atrair cérebros, pesquisadores e pesquisadoras de reconhecida competência nacional de todo o país.

Ao lado dessa política ocorreu a criação de mais de 15 Programas de Pós Graduação (PPG). Salienta-se o fato de que, antes de 2004, a Universidade não possuía um sequer PPG reconhecido pela CAPES. Os PPGs foram criados em sintonia com o Plano de Desenvolvimento Socioeconômico do Estado da Paraíba. A atenção e a estratégia da UEPB, durante esse período, foi propiciar formação de qualidade, conhecimentos e pesquisa aplicada de ponta para atender as demandas prioritárias do Estado. Destarte, foram concebidos PPGs como os de Desenvolvimento Regional, Ciências Agrárias, Ecologia e Conservação, Ciência e Tecnologia Ambiental, Matemática, Formação de Professores, e programas que se dedicam à temática da saúde, como de Odontologia, Saúde Pública, Ciências Farmacêuticas, dentre outros.

Se por um lado há o peso da História, e das lideranças acadêmicas na construção de uma infraestrutura de educação superior, ciência e tecnologia (C&T), por outro, estão as políticas de incentivo por parte do governo federal (durante os anos do governo de Luiz Inácio Lula da Silva e de Dilma Vana Rousseff). Os dados e as políticas são muitas e variados artigos já se debruçaram sobre o tema. Cumpre apenas lembrar, por exemplo, que os cursos de nível superior tiveram um crescimento de 73% na era Lula (segundo o artigo “Política para educação superior no governo Lula”, Cristina Carvalho, 2014). E as matrículas seguiram esse diapasão. De quase 4 milhões de matrículas em 2003, alcançamos 7,8 milhões em 2014.

No que tange aos editais de pesquisa, por parte do CNPq, FINEP e CAPES, os anos dos governos petistas ampliaram consideravelmente o financiamento. Destaque para os Editais dos Institutos Nacionais de Ciência e Tecnologia, Fomentos aos Núcleos de Excelência (PRONEX), Universal, Cooperação Internacional e o Programa Ciência Sem Fronteiras, dentre outros. Na análise dos investimentos em P&D, a FAPESP (Revista 275, 2019) considerou que “o ano de 2016 marcou o fim e a reversão de um ciclo”. O gasto em Pesquisa e Desenvolvimento em relação ao PIB passou de 1,08 em 2007 para 1,34 em 2015. Em 2016 e 2017 o percentual baixou para 1,26, indicando queda para 2019.

Neste marco de expansão do ensino superior e investimento em C&T as universidades também fizeram sua parte. No caso das patentes, esse êxito paraibano deve considerar as políticas universitárias da última década, a contar da constituição no Núcleo de Inovação e Transferência de Tecnologia (NITT), de 2008, da UFCG, e do estabelecimento, em 2013, da Agência UFPB de Inovação Tecnológica (Inova-UFPB).

Por fim, cumpre ressaltar os esforços governamentais – gestão Ricardo Coutinho e gestão João Azevedo – no incentivo à C&T por intermédio, fundamentalmente, da Fundação de Apoio à Pesquisa na Paraíba, a FAPESQ. Na última década podemos dizer que a Fundação abriu um portfólio significativo de editais, sendo alguns de grande envergadura, fomentando pesquisas, arranjos e grupos científicos e processos de inovação. Cabe lembrar o conjunto de editais lançados em 2018, que juntos somaram aportes de mais de 10 milhões de reais. Certamente um marco no investimento à C&T no Estado e no Nordeste. O Edital de Centros Estaduais de Infraestrutura Científica e Tecnológica de Caráter Multiusuário (5 milhões) e o Edital Melhoria da Infraestrutura da UEPB (de apoio a projetos de pesquisa e aquisição de equipamentos, no valor de 800 mil) foram destinados exclusivamente à UEPB. Já o Edital de Núcleos de Excelência CNPq/FAPESQ (4,5 milhões) e o Edital de Bolsas de Formação CAPES/FAPESQ (com quase 200 bolsas) foram abertos a toda comunidade de ensino superior.

De toda sorte, podemos concluir que a Paraíba, principalmente por intermédio de suas instituições públicas de ensino superior, UFPB, UFCG, IFPB e UEPB, cumprem um papel fundamental para o sistema estadual de educação e para o avanço da ciência, tecnologia e inovação e, com isso, para o desenvolvimento multidimensional do Estado. Não obstante, é atilado considerar o desinvestimento em educação, ciência e tecnologia por parte do governo federal, a partir de 2016. Os tempos já são nefastos e prometem piorar. Seria preciso, portanto, uma atenção prioritária por parte do Estado da Paraíba e do Consórcio do Nordeste para a área. É, em grande medida, através da educação, ciência e tecnologia que o Nordeste foi a região que mais cresceu nos últimos tempos em comparação às demais regiões do país. Nosso salto nos indicadores econômicos e de qualidade de vida, dentre outros, são resultados de um conjunto de políticas públicas em que a educação, C&T tem papel preponderante. Conseguimos, nos últimos 15 anos, aproximadamente, romper com um ciclo de subdesenvolvimento da região. Este patrimônio, que honra as lutas e os escritos de Celso Furtado (que em 2020 completaria seu centenário), não pode se esvair. É fundamental que o governo do Estado e o Consórcio do Nordeste priorizem estes temas que são fulcrais para o desenvolvimento de nosso povo.

* Carlos Enrique Ruiz Ferreira é coordenador e pesquisador do Centro de Estudos Avançados em Políticas Públicas e Governança (CEAPPG-UEPB)

Notícia retirada do site da Wscom em 11 de Janeiro de 2020.

Texto e foto: Wscom

UEPB participa de Expotec com exposição de pesquisas e discussões sobre os Objetivos de Desenvolvimento Sustentáveis da ONU

Com a exposição de projetos, oficinas, discussões e palestras de educação ambiental, Fake News, inclusão produtiva de mulheres, mídias e tecnologia, preservação digital e desenvolvimento sustentável a Universidade Estadual da Paraíba (UEPB) foi uma das instituições apoiadoras da 5ª Edição da EXPOTEC (Exposição Científica, Tecnológica e Cultural), realizada nos dias 30 e 31 de outubro e 1º de novembro no Centro de Convenções de João Pessoa.

Durante o evento foram oferecidas as oficinas “Educação ambiental e coleta seletiva solidária”, sob a coordenação da professora do curso de Ciências Biológicas do Campus V, Maria de Fátima Araújo, que apresentou orientações a partir da experiência do projeto de extensão “Mobilização, inclusão e formação de catadores/as de materiais recicláveis da cidade de João Pessoa: uma experiência necessária”, voltado a catadores de João Pessoa e cidades vizinhas e que desde 2013, gera renda e melhores condições para esse público e proporciona ações de educação ambiental junto ao público acadêmico e externo à instituição; e “Mídias digitais e Fake News”, com a mediação dos professores do Campus V, Filipe Reis e Sílvia Garcia Nogueira, que foi promovido com o objetivo de formar cidadãos para o uso crítico e criativo dos meios de comunicação.

Também foram ministradas as palestras “Fortalecendo a inclusão produtiva de mulheres na Paraíba: Economia solidária um novo jeito de trabalhar”, com a professora Maria de Fátima Araújo; “Mídias, tecnologias e Sustentabilidade na Educação Superior no Campus V (João Pessoa) da UEPB”, com os professores Vancarder Brito e Raquel Melo; e “Interoperabilidade e preservação digital para o Estado da Paraíba”, com o professor Josemar Henrique de Melo.

Segundo a professora Fátima Araújo, as atividades tiveram a participação intensa de docentes e discentes vinculados ao programa “Vivências Interdisciplinares” que é composto pelos projetos “Vivências em Ações Legislativas”, coordenado pela professora Martha Simone Amorim; “Mobilização, inclusão e formação de catadores/as de materiais recicláveis da cidade de João Pessoa: uma experiência necessária”, tendo como coordenadora a professora Maria de Fátima Araújo, que também foi responsável pela coleta de resíduos durante o evento, totalizando mais de 700 kg doados às cooperativas de catadores (entre estes, diversos banners doados por participantes da EXPOTEC); “Cineclube Ambiental”, que tem como responsável o professor Vancarder Brito Sousa, “Cineclube Campus V”, que é coordenado pelo professor Filipe Reis, e o projeto “Fortalecendo a inclusão produtiva de mulheres na Paraíba: um novo jeito de trabalhar”, coordenado pela professora Fátima Araújo.
Além disso, os estudantes do projeto “Empreendedorismo em organizações arquivísticas e bibliotecas: análise do impacto do modelo de negócio CANVA em órgãos públicos da cidade de João Pessoa-PB”, vinculado ao curso de Arquivologia do Câmpus V da UEPB e desenvolvido em parceria com o SEBRAE, com a coordenação da professora Jacqueline Echeverría Barrancos, estiveram presentes participando das atividades.

Objetivos de Desenvolvimento Sustentável

Na ocasião, o Centro Avançado de Estudos em Políticas Públicas e Governança da Universidade Estadual da Paraíba (CAEPPG), representado no evento pela professora do Câmpus V Lucila Vilhena, apresentou um protocolo assinado por universidades do Estado, com o apoio da Secretaria de Educação, Ciência e Tecnologia do Estado da Paraíba, a partir de uma atividade realizada pela UEPB na EXPOTEC 2018 quando o CAEPPG colheu sugestões dos participantes quanto ao que pode ser feito para o alcance dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável das Nações Unidas (ODS). Na época, os visitantes da feira responderam a um questionamento sobre “como podemos ajudar a implementar os objetivos de desenvolvimento sustentável?”, e, a partir das respostas foi elaborado o termo de compromisso apresentado na 5ª edição da EXPOTEC.

“Observamos que a população espera que os governos se encarreguem dos ODS. Mas a perspectiva é que toda a sociedade esteja envolvida em atitudes que culminem para a concretização dos objetivos. O consumo consciente, por exemplo, depende de cada um de nós”, ressalta a professora Lucila Vilhena da UEPB que executa projetos no CAEPPG coordenado pelo professor Carlos Enrique Ruiz Ferreira. A professora Lucila Vilhena ainda ministrou o workshop “Como implementar os ODS na sua empresa e no dia-a-dia: planejamentos e práticas”.

O combate à fome, às desigualdades, às doenças, à degradação ambiental; a produção de energia limpa; o desenvolvimento de um modo de vida sustentável nas cidades, entre outros tópicos, estão apontados na Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável adotada pelos 193 Estados membros da ONU, inclusive o Brasil. E cada ponto envolve o emprego da tecnologia e de inovação que possibilita a maior eficiência dos recursos usados para a produção – desde industrial até alimentar – além de avanços na medicina e até nas ferramentas educativas.

Notícia retirada do site da UEPB

Texto: Juliana Marques

Foto: Divulgação Expotec

Projeto de extensão do CEAPPG é destaque na Expotec 2019

Desde 2013 um projeto de extensão desenvolvido pelo Centro de Ciências Biológicas e Sociais Aplicadas (CCBSA) da Universidade Estadual da Paraíba (UEPB), Câmpus V, em João Pessoa, tem propiciado dignidade, geração de emprego e renda, melhoria na educação, sustentabilidade e qualidade de vida aos catadores de materiais recicláveis do município. Intitulado “Mobilização, inclusão e formação de catadores/as de materiais recicláveis da cidade de João Pessoa: uma experiência necessária”, o projeto coordenado pela professora do curso de Ciências Biológicas, Fátima Araújo, tem realizado um conjunto de ações que melhoram a vida dos catadores.

Com seis anos de execução, o projeto surpreende pela perseverança dos catadores que se envolvem em todas as atividades. Mais de 700 trabalhadores da Capital estão cadastrados na iniciativa, sendo que, destes, cerca de 400 permanecem ativos participando das atividades. Eles participam de oficinas, palestras e recebem assessoramento dos alunos extensionistas na coleta seletiva, realizada nos bairros e, principalmente, nos eventos realizados em João Pessoa. No início, os trabalhos envolveram identificação, sensibilização, mobilização, formação e inclusão em associações e cooperativas de catadores de cinco comunidades: Vale das Palmeiras, Comunidade do Baixo Roger (área do antigo lixão da cidade), São Rafael, Mandacaru e Empasa, desenvolvendo atividades de encubação, assistência técnica e nucleação.

Em um dos galpões do Centro de Triagem e Coleta Seletiva da UEPB, eles receberam orientações e formações que melhoraram o trabalho de recolhimento dos resíduos sólidos. Essa ação inicial, já concluída, foi desenvolvida no intuito de fortalecer a participação em políticas públicas dos catadores de João Pessoa, incrementando a renda, adequando suas atividades às normas de saúde e segurança no trabalho, inserindo-os em políticas sociais, entre outros benefícios a partir do reaproveitamento dos materiais recicláveis descartados. Passados seis anos, o projeto cresceu e envolveu novos alunos e professores em suas ações.

Na fase atual, o projeto acompanha a coleta seletiva realizada pelo grupo “Acordo Verde”, ligado à Prefeitura de João Pessoa, bem como o trabalho realizado no aterro sanitário da Capital, além de outras iniciativas voltadas ao recolhimento dos resíduos sólidos. Os catadores fazem coleta, triam os resíduos, empacotam e destinam o material para a cadeia produtiva. Além de Fátima Araújo, participam atualmente da iniciativa, a professora Jacqueline Echeverría Barrancos, diretora do CCBSA; o professor Vancarder Brito; além de 10 estudantes extensionistas dos cursos de Relações Internacionais e Ciências Biológicas.

Professora Fátima ressalta que o projeto já mudou a vida de muitos catadores e contribuiu na formação dos estudantes. “Há um ganho por parte dos alunos envolvidos no projeto. A convivência com os catadores e com o público que eles orientam a fazer a coleta seletiva promove uma experiência enriquecedora do ponto de vista social e também acadêmico”, observa a docente. Segundo ela, o projeto fortalece o tripé ensino, pesquisa e extensão na UEPB, melhorando a formação acadêmica e promovendo o envolvimento com a comunidade, contribuindo também com a formação técnica e cidadã.

Como fruto dos bons resultados da iniciativa, a equipe do projeto foi convidada a participar da 5ª Edição da Exposição Científica, Tecnológica e Cultural (Expotec), realizada entre os dias 30 de outubro e 1º de novembro, no Centro de Convenções de João Pessoa. O estande do Câmpus V foi um dos mais visitados. Através do projeto de extensão, todo o material reciclável depositado pelos visitantes em coletores apropriados foi recolhido pelos catadores. A coleta seletiva solidária foi realizada com a ajuda dos alunos extensionistas. No total, foram recolhidos mais de 700 kg de resíduos, que foram doados às cooperativas de catadores da Capital.

“A retirada de 700 kg de resíduos sólidos significa dizer que esta quantidade de material reciclável foi depositada no aterro sanitário, evitando que esses itens se acumulassem no solo por muitos anos, como é o caso das garrafas pet”, destaca professora Fátima que, junto com os alunos extensionistas do projeto, ministrou, na Expotec 2019, a oficina “Educação ambiental e coleta seletiva solidária” e proferiu as palestras “Educação ambiental e coleta seletiva” e “Fortalecendo a inclusão produtiva de mulheres na Paraíba: Economia solidária um novo jeito de trabalhar”, apresentando orientações a partir da experiência do projeto de extensão do Câmpus V.

Divulgado originalmente no site da UEPB

Texto: Severino Lopes

Fotos: Divulgação

Pesquisadora do CEAPPG participa de Conferência ODS em Lisboa

Com o compromisso assumido da Agenda 2030 voltada para o Objetivo do Desenvolvimento Sustentável 4 – Educação de Qualidade, a Faculdade de Direito da Universidade Nova de Lisboa (Portugal) realizou a conferência “Educação de qualidade e desenvolvimento na Lusofonia” nos dias 6 e 7 de junho deste ano. O objetivo foi promover a troca de experiências em diferentes contextos lusófonos dos países africanos, Brasil, Timor-Leste e Portugal. A professora de Relações Internacionais da UEPB e integrante do CEAPPG, Silvia Garcia Nogueira, foi uma das conferencistas, com financiamento por mérito do Instituto Camões e da Universidade Nova de Lisboa.
A ação envolveu um conjunto variado de atores, exigindo uma abordagem multidisciplinar para cumprir os objetivos de garantia de uma educação inclusiva, equitativa, qualidade e promotora de oportunidades de aprendizagem, durante toda a vida, para todos. Com um quadro heterogêneo das realidades nacionais e das áreas de intervenção no sistema educativo, a Conferência foi um espaço de debate dinâmico, interventivo, no qual as diferentes áreas do conhecimento e de trabalho se cruzaram em busca de respostas, soluções e novas formas de assegurar a educação de qualidade. O Camões Instituto da Cooperação e da Língua do Ministério dos Negócios Estrangeiros foi o principal apoiador financeiro do evento.
A sessão de abertura foi realizada pela Diretora da Faculdade da NOVA Direito, Mariana França Gouveia e pelo Embaixador e presidente do Instituto Camões, Luís Faro Ramos. Na seqüência, a principal oradora, Maria Antónia Barreto, professora na Escola Superior de Educação e Ciências Sociais do Instituto Politécnico de Leiria e investigadora do CEI-IUL falou sobre “Percursos dos sistemas educativos nos países africanos de língua portuguesa: o desafio da qualidade”.
Além das palestras de abertura, foram ainda realizados quatro painéis distribuídos nos dois dias de evento. O Painel I foi voltado para discussão e relatos de experiências dentro da temática da Educação e Direitos Humanos. Algumas da palestras foram: “Uma abordagem sui generis ao direito à educação na África Ocidental: o papel do Tribunal de Justiça da comunidade económica dos estados da África Ocidental”, “A promoção da escolaridade das crianças e jovens ciganas como uma obrigação jurídica qualificada” e “Reflexos na educação e formação disponibilizadas a mulheres em contexto prisional para a normalização do padrão patriarcal sobre o que é (ainda) ser mulher em Portugal – resultados parciais de uma investigação jurídico-empírica”.
O Painel II – Ensino superior de qualidade abrangeu comunicações como “Desafios para o ensino superior de qualidade em África”, “Capacitação de professores de ciências envolvendo instituições de ensino superior da Lusofonia: onde estamos e para onde precisamos de ir?”, “A importância da avaliação da qualidade no ensino superior português” e “O papel da NOVA Direito na implementação do projeto Intra-África Pax Lusófona”.
Já o Painel III – Educação, Inovação e Tecnologia: que desafios para o século XXI? contou com as seguintes palestras: “Um projeto de história pública do direito na Wikipédia: o caso do direito romano”, “A mobilidade por bicicletas e o acesso ao ensino na África lusófona”, “A aprendizagem do raciocínio computacional como nova habilidade para enfrentar os desafios tecnológicos do século XXI”, “A sala de aula invertida e o uso das Tecnologias da Informação e Comunicação (TICs): O desafio dos cursos de graduação em Direito no Brasil”.
No dia 7 de junho, a principal oradora foi a Diretora da Organização dos Estados Ibero-Americanos, Ana Paula Laborinho, falando sobre “Uma educação para o século XXI”. Em seguida, iniciou-se o Painel IV – A Educação na Diáspora: problemáticas e oportunidades (parte 1), com moderação de Luzia Moniz, da Plataforma para o Desenvolvimento da Mulher Africana. Nele, foram apresentadas as seguintes palestras: “A criação da Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-brasileira (UNILAB)”, “Reconfigurações dos termos “lusofonia” e “póscolonialismo” nas ex-colónias portuguesas” e “A educação jurídica para as regras de legística comuns na lusofonia”.
Ainda nesse painel, a professora do curso de Relações Internacionais da UEPB e integrante do CEAPPG, Silvia Garcia Nogueira, em parceria com Juliana Iorio, pesquisadora em Portugal, realizou a palestra “Vamos falar de acolhimento? A percepção de brasileiros e timorenses no ensino superior em Portugal”. Nela, foram abordados problemas e recomendações no que se refere ao acolhimento efetivo e afetivo de estudantes internacionais – em particular brasileiros e timorenses – pelas universidades portuguesas, fruto de pesquisas realizadas por ambas as investigadoras, no caso de Nogueira, a partir de um pós-doutoramento entre 2017 e 2018 no Instituto de Ciências Sociais da Universidade de Lisboa, e no de Iorio, de um doutoramento em Geografia Humana-Migrações no IGOT-CEG-Universidade de Lisboa.
Na parte 2 do painel, foram apresentados os seguintes temas: “A educação brasileira inclusiva quanto aos portadores do transtorno do espectro autista: uma análise sobre as legislações brasileiras e a efetiva inclusão dos portadores do transtorno nas instituições de ensino”, “A Lei nº 12.711/12: ações afirmativas nas Universidades Federais Brasileiras e novos paradigmas para a inclusão social e racial no Brasil” e “A educação para a cidadania global: o papel da diáspora no combate ao terrorismo”.
Fechando o dia, o Painel V – Empreendedorismo Social e Educação para o Desenvolvimento contou com as paletras “Projeto piloto: a criação de uma rede de apoio para a integração de crianças imigrantes numa escola no município de Lisboa”, “Formar e capacitar para a inclusão”, “O acesso à educação e a influência empreendedora do domínio da ação social na educação em Portugal”e “O Papel da Igreja Católica em Moçambique na implementação do empreendedorismo social e a educação”.
Das jornadas de trabalho resultarão materiais científicos que serão divulgados amplamente: um livro contendo capítulos sobre as palestras da conferência e a disponibilização em vídeo de toda a conferência.

Projeto de extensão “Ecoparque” é destaque no site da UEPB

O projeto de extensão “Ecoparque – Educação ambiental no Parque da Pedra da Boca” foi destaque no site da Universidade Estadual da Paraíba.
A matéria publicada falou sobre a ação desenvolvida no último dia 13, na qual os membros do projeto realizaram ações sobre a questão ambiental durante a romaria de Nossa Senhora de Fátima.

Link da matéria:
http://www.uepb.edu.br/equipe-da-uepb-realiza-acao-de-educacao-ambiental-para-estimular-preservacao-do-parque-pedra-da-boca/?fbclid=IwAR2OItQ-naKMQgHrawvi7u-CiT5sEgPf1g_t1rwQtAGRaHERwQIFpyr0R5I

CEAPPG na EXPOTEC

Nos dias 6 a 10 de novembro de 2018 ocorreu no Centro de Convenções de João Pessoa a feira tecnológica EXPOTEC, organizada em parceria entre o Governo de Estado da Paraíba e a ANID (Associação Nacional para Inclusão Digital). Segundo os organizadores, mais de 4 mil pessoas visitaram a EXPOTEC 2018.
Os seguintes professores do Centro ministraram palestras neste evento nacional:
· Henrique Elias Cabral França (Usando a tecnologia no acompanhamento e fiscalização da gestão pública);
· Filipe Reis (Obsolência dos equipamentos eletrônicos);
· Fátima Araújo (O desafio do lixo na contemporaneidade: Alternativas de soluções para o Brasil);
· Lucila Vilhena (Como a tecnologia pode ajudar no alcance dos ODS).
A Professora Fátima Araújo, através de seu projeto de extensão e com a ajuda das cooperativas dos catadores, ficou responsável pela coleta de todo o material reciclável da feira, e ainda ministrou a “oficina de educação ambiental e coleta seletiva solidária”.
O CEAPPG ficou a cargo da coordenação das atividades da UEPB dentro do espaço reservado a ela na feira EXPOTEC. Ali organizamos um grande estande com a exposição dos principais projetos de extensão do Campus V, bem como, alguns light talks sobre temas relacionados à tecnologia, quais foram:
· “Desarmamento e Tecnologias Sensíveis” – Secretário Dr. Ernesto Mane Júnior;
· “Automação e Trabalho 4.0” – Prof. Dr. Cláudio Lucena;
· “Gestão Democrática e Controle Social” – Prof. Dr. Geraldo Medeiros Júnior.
O projeto de extensão MUNDI também participou da EXPOTEC trazendo um ambiente inovador. A proposta do projeto era oferecer aos participantes uma mini simulação de sessenta minutos a qual chamamos de MUNDI virtual, onde os delegados promoviam a negociação através das redes sociais Twitter e WhatsApp.

Fapesq reúne coordenadores dos Centros Multiusuários da UEPB

A Fapesq – Fundação de Apoio à Pesquisa do Estado da Paraíba reuniu nesta terça-feira (9), as equipes de coordenadores dos Centros Multiusuários da UEPB – Universidade Estadual da Paraíba, frutos do Edital 04/2018.  Foram investidos neste edital R$ 5 milhões do Governo do Estado da Paraíba. Trata-se de primeira reunião para apresentação de trâmites técnicos e financeiros entre as instituições envolvidas com o acompanhamento dos projetos (SEECT/Fapesq/PaqTcPB), com os responsáveis pelos Centros Multiusuários.Foram aprovados neste edital: O Centro Integrado Multiusuário de Pesquisa e Análise de Água, Alimentos, Resíduos e Biodiversidade; Centro Multiusuário de Inovação Tecnológica em Sistemas de Produção Agrícola para o Estado da Paraíba – CEMPROAGRI/PB; Centro de Desenvolvimento Regional, Big Data e Geoprocessamento da Universidade Estadual da Paraíba (CDRBG- UEPB); Centro de Estudos Avançados em Políticas Públicas e Governança (CEAPPG); e o Centro Integrado Multiusuário de Referência em Saúde da Paraíba, que desenvolverão as pesquisas em quatro anos de execução.Participaram da reunião o presidente da Fapesq, Roberto Germano Costa; a gerente executiva de Desenvolvimento Científico e Tecnológico da Secretaria da Educação, da Ciência e Tecnologia da Paraíba, Elis Regina Neves; a diretora técnica da Fundação Parque Tecnológico da Paraíba, Nadja Maria da Silva Oliveira; a coordenadora de Programas e Projetos da Fapesq, Ruth Silveira, com a equipe de coordenação dos Centros Multiusuários, com toda a equipe técnica da Fapesq.O presidente da Fapesq destacou a importância dos Centros Multiusuários da UEPB, primordial na formação do conhecimento e ações que atendam aos anseios da comunidade. Ele lembrou a preocupação do Governo do Estado no fortalecimento  dos grupos de pesquisa para que se engajem no tema da Popularização da Ciência. “Daremos as mãos para utilizar nossa capacidade de liderança em grupos de excelência para desenvolver pesquisas que tragam retorno para a sociedade”, afirmou.